Lully e as Metamorfoses de Ovídio: representação de imagem e poder de Luís XIV
Palabras clave:
Lully, ópera, imitation, France, 17th century, imitação, século XVII, FrançaResumen
Resumo
No século XVII francês, as “opere serie” de Jean Baptiste Lully se estruturaram de acordo com modelos literários da antiguidade clássica, como As Metamorfoses de Ovídio, e utilizadas como meios estratégicos retóricos e imitativos para construir e fortalecer a imagem pública de Luís XIV. As óperas de Lully ocupam na história literária mundial uma posição de releitura dos autores e obras greco-latinas e o reconhecimento nos antigos de uma forma de expressão perfeita a ser imitada; a universalidade dos antigos conferia às produções artísticas um caráter atemporal de suas manifestações. A antiguidade clássica, considerada perfeita, era associada a uma suposta perfeição do reinado de Luís XIV, e para validar essa perfeição, o artista se subordinava a uma retórica construtora de hierarquias e valores determinantes para a estrutura de suas obras, processo esse apartado da noção de independência artística. As poéticas clássicas eram filiadas às convenções da corte, e o artista, sendo um elemento do sistema político predominante, não podia criar fora das regras estabelecidas por essas poéticas. Nesse sentido, interessa-nos, em nossa discussão, como o gênero da ópera serviu
Abstract
Lully and Ovid's Metamorphoses: Representation of Louis XIV's Image and Power
In the French 17th century, Jean Baptiste Lully’s “opera serie” were structured according to literary models of classical antiquity, such as Ovid’s The Metamorphoses and used as rhetorical and imitative strategic means to build and strengthen the public image of Louis XIV. Lully's operas occupy in world literary history a position of reinterpretation of Greco-Latin authors and works and the recognition in the ancients of a perfect form of expression to be imitated; the universality of the ancients gave artistic productions a timeless character in their manifestations. Classical antiquity, considered perfect, was associated with a supposed perfection of the reign of Louis XIV, and to validate this perfection, the artist subordinated himself to a rhetoric that built hierarchies and determining values for the structure of his works, a process that was separated from the notion of artistic independence. Classical poetics were affiliated with court conventions, and the artist, being an element of the prevailing political system, could not create outside the rules established by these poetics. In this sense, in our discussion, we are interested in how the opera genre served to take care
